quarta-feira, 20 de maio de 2015

OS 10 RIOS MAIS INCRÍVEIS DO PLANETA

Rios compondo paisagens deslumbrantes não é nada raro de se ver, mas nós fomos à fundo e selecionamos 10 exemplos de paisagens fluviais de tirar o fôlego.

Caño Cristales


Águas cristalinas e uma variedade de algas coloridas são duas das características que fazem com que o Caño Cristales, na Colômbia, seja conhecido como o rio mais bonito do mundo. Ele é parte do Parque Nacional Sierra de la Macarena.

Rio Sarre


Entre o nordeste da França e o sudoeste da Alemanha, o Rio Sarre percorre 246 quilômetros. O local flagrado na imagem mostra uma incrível curva no leito que obriga o rio a mudar bruscamente de direção.

Yang-Tsé-kiang


Com 6.300 metros de comprimento, o Yang-Tsé-kiang é o maior rio da Ásia e, consequentemente, da China, onde está localizado. Suas águas são usadas para movimentar a Hidrelétrica das Três Gargantas, a maior do mundo em energia gerada. A imagem mostra Qutang Gorge, considerada a mais espetacular das três gargantas.
Rio Li


Ainda na China, graças à espetacular paisagem montanhosa das suas margens, o Rio Li, localizado localizado na região autônoma de Guangxi, é bastante procurado por turistas, além de ter sido inspiração para a nota chinesa de 20 iuanes.
Rio Colorado


Um dos principais rios dos Estados Unidos e o principal da região sudoeste – e também do nordeste mexicano -, o Rio Colorado, com seus 2.330 km, possui inúmeros cartões postais. A curva que vemos na imagem é tão famosa que ganhou até um nome próprio, é a Horseshoe Bend, localizada a poucos quilômetros da cidade de Page, no estado do Arizona.
Rio Douro


Do centro-norte da Espanha até o mar, o rio Douro cruza e divide Portugal em duas partes – uma menor ao norte e o restante ao sul. Trata-se do principal rio da península Ibérica com 897 km de extensão. Próximo ao mar, separa as cidades portuguesas de Porto (à direita na imagem) e Vila Nova de Gaia.
Rio Whanganui


A Nova Zelândia é conhecida por possuir paisagens estonteantes. A região banhada pelo Whanganui, maior rio da Ilha Norte, não é diferente. Ele é tão belo e importante que, em uma decisão legal pioneira no mundo, o rio foi reconhecido como uma espécie de pessoa jurídica!
Rio Lewis


O rio Lewis, no estado norte-americano de Washington, é um rio relativamente curto, com 153 km, que deságua no rio Columbia – o maior da America do Norte. Apesar da pouca extensão, é possível encontrar pequenas quedas d’água que formam paisagens como a que vemos na foto.
Rio Danúbio


Segundo maior rio da Europa (Volga é o primeiro), o Danúbio se destaca tanto pela natureza quanto pelas cidades históricas que se erguem às suas margens. O rio funciona como fronteira para 10 países do continente. Na imagem é possível ver o parlamento húngaro ao fundo, na passagem do Danúbio por Budapeste.
Rio Negro


O maior afluente do Amazonas, o Rio Negro é um verdadeiro mar. De seus 1.700 km de extensão, 720 são navegáveis. Ao desaguar no rio Amazonas, que até o encontro recebe o nome de Solimões, propicia um dos mais incríveis encontros de água do mundo. As águas escuras do rio Negro não se misturam de imediato com as águas barrentas do Solimões. Além do Brasil, o rio percorre também o território da Venezuela e Colômbia.



Fonte: Lição de Vida

terça-feira, 19 de maio de 2015

O CIÚME DOS CÃES

O cão é o melhor amigo do homem e, assim como ele, é capaz de sentir ciúmes, sugerindo que o sentimento pode ter raízes no instinto de sobrevivência, revelaram cientistas dos Estados Unidos em um estudo publicado no periódico "PLOS One".

Cientistas testaram 36 cães e seus donos em um experimento no qual os humanos precisavam brincar com três objetos diferentes na frente de seu animal de estimação.

Um dos objetos era um cão de brinquedo que latia e balançava a cauda sempre que se pressionava botão. Os donos, então, tinham que brincar com ele como se fosse um cachorro de verdade durante um minuto.
Os pesquisadores pediram que os donos repetissem o procedimento na fase seguinte do experimento com uma lanterna em forma de abóbora do Dia das Bruxas, e fingissem brincar com ela como se fosse um cão.

Por fim, pediram que lessem em voz alta um livro "pop-up" infantil que tocava música, como se estivessem contando a história para uma criança pequena.

Segundo os estudiosos, alguns comportamentos caninos foram muito mais frequentes quando os humanos brincaram com o cachorro de mentira do que com os outros objetos. Os cães com mais frequência morderam, puxaram seus donos e empurraram o objeto, tentando se colocar entre o dono e o cachorro de mentira, do que com os outros brinquedos.

Os cães também se mostraram duas vezes mais propensos a puxar seus donos (78% dos animais fizeram isso) quando ele ou ela estava brincando com o cão de brinquedo do que quando a interação se deu com a abóbora (42%). Apenas 22% fizeram isso com o livro. Cerca de 30% dos cães tentaram se colocar entre o dono e o cachorro de brinquedo e 25% abocanharam o cachorro de pelúcia.

Os bichos estudados eram de raças diferentes, como dachshund, lulu-da-pomerânia, Boston terrier, maltês e pug. Quase a metade dos cães estudada era de mestiços. A pesquisa foi chefiada por Christine Harris e Caroline Prouvost, da Universidade da Califórnia, em San Diego.


O estudo sugere que não só os cães têm um comportamento que poderia indicar ciúmes, mas também que eles tentaram quebrar o vínculo entre o dono e um aparente rival', explicou Harris. Não se pode falar em nome das experiências subjetivas dos cães, é claro, mas parece que foram motivados a proteger um vínculo social importante para eles.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

COMO OS CHIMPANZÉS ENCARAM A MORTE?

De maneira muito parecida com nós humanos, é a conclusão a que chegou James Anderson, do grupo de comportamento e evolução do departamento de psicologia da Universidade de Stirling, na Escócia. Ele afirma que vários fenômenos têm sido considerados como separadores entre o homem e as outras espécies, como a capacidade de raciocinar, de falar ou de utilizar ferramentas, além da consciência de si mesmo, porém a ciência mostrou que essas divisões são na realidade mais relativas. A consciência da morte é um desses fenômenos psicológicos atribuídos durante muito tempo somente aos humanos.

Anderson coordenou uma pesquisa que descreve as últimas horas e a morte de uma fêmea com mais de 50 anos, que vivia com um pequeno grupo desses primatas no Parque de Safári Blair Drummond, na Escócia. Tudo foi filmado. Nos dias que precederam à morte da fêmea, o grupo esteve muito silencioso e com a atenção centrada nela, especialmente em seu rosto, ressalta Anderson. Pouco antes de sua morte, os companheiros faziam muitas carícias na veterana moribunda.

Segundo os pesquisadores, após afastar-se por um tempo, Rosie, a filha mais velha de Pansy, com 20 anos, voltou e ficou a noite toda ao lado do corpo. Nos dias antes de Pansy morrer, os outros até alteraram sua rotina de sono para ficar perto dela, dormindo no chão em um compartimento onde normalmente eles não dormem.


Em um segundo estudo, o grupo dos cientistas Dora Biro, da Universidade de Oxford, e Tetsuro Matsuzawa, da Universidade de Kyoto, testemunhou nas florestas de Bossou, na Guiné, um longo ritual funerário de duas mães chimpanzés, Jire e Vuavua, que velaram os cadáveres de dois filhotes por 68 dias.


Agora vejam o caso abaixo, esta cena extraordinária aconteceu na Sanaga-Yong Chimpanzé Rescue Center, em Camarões, na África Ocidental. Unidos no que parece ser um grave e profundo pesar, mais de uma dúzia de chimpanzés ficaram em silêncio quando o corpo de Dorothy, que estava com 40 anos, morreu de insuficiência cardíaca, seus companheiros macacos pareciam estar em uma grande tristeza. 


Outro caso surpreendente aconteceu numa reserva de chimpanzés na Zâmbia, que mostra o luto de uma mãe ao descobrir a morte de seu bebê. O caso registrado em maio de 2010 por cientistas do Instituto Max-Planck de Psicolinguística no Orfanato de Vida Selvagem de Chimfushi, mostra o comportamento de luto de uma fêmea à morte de seu filhote de 16 meses. Depois de carregar o corpo do bebê por um dia inteiro, ela o deixa no chão, e durante uma hora ela se alterna em se aproximar dele, tocando no pescoço e rosto, e se afastar, observando-o à distância. Depois ela carrega novamente o bebê o leva para um grupo de chimpanzés, e os acompanha enquanto eles investigam o corpo. No dia seguinte, ela não estava mais carregando o corpo do filhote.






Para a ciência a consciência de si mesmo e consequentemente da morte entre os chimpanzés demonstra que ainda há muito que se desvendar sobre os primatas, principalmente em relação aos grandes símios. 

domingo, 17 de maio de 2015

A CIÊNCIA COMPROVA: GATOS SÃO TERAPEUTAS HOLÍSTICOS

Estudos científicos têm demonstrado que os gatos são mais do que bons amigos e animais de estimação. Eles são verdadeiros terapeutas e podem ser uma ótima opção para pessoas que sofrem de doenças, principalmente cardíacas.

Você sabia que possuir um gato pode reduzir o risco de ataque cardíaco? Essa descoberta foi resultado de um estudo com cerca de 4.000 americanos por pesquisadores da Universidade de Minnesota. Depois de 10 anos de pesquisa, os donos de gatos apresentaram um risco de 30% a menos de sofrer ataque cardíaco, em comparação com aqueles que não possuem gato.

Em um outro estudo recente, a Dra. Karen Allen, uma pesquisadora da Universidade Estadual de Nova York, descobriu que corretores com hipertensão que adotaram um gato, tiveram menores leituras de pressão arterial em situações estressantes do que aqueles que não possuem o animal de estimação.

No início do estudo, os corretores foram prescritos com o remédio anti-hipertensivo Lisinopril. Metade dos participantes foram selecionados aleatoriamente para obter um cão ou gato como animal de estimação. Seis meses depois, Allen e seus colegas realizaram testes com os participantes para medir alterações na pressão arterial. Eles descobriram que a pressão arterial induzida pelo estresse continuou a subir nos corretores sem animais de estimação. Os corretores com animais também tiveram aumentos na pressão arterial, mas de apenas metade se comparado com o outro grupo.

CURA PSICOLÓGICA

Além de melhoria na saúde do coração, os gatos também auxiliam na produção de oxitocina no cérebro. Em um estudo publicado na revista Frontiers of Psychology, pesquisadores concluíram que os gatos, por causa do impacto que têm sobre os nossos níveis de oxitocina, são capazes de reduzir a agressão, aumentar a empatia, aprimorar a aprendizagem e produzir um aumento da confiabilidade em outras pessoas.

A oxitocina é um hormônio produzido no hipotálamo, conhecido como hormônio do amor. Quando isso acontece, os níveis de cortisol (hormônio do stress) diminuem, promovendo uma sensação de bem estar físico e emocional, deixando corpo e mente em harmonia, fortalecendo o sistema imunológico, dentre outros benefícios.

O RONRONAR DOS FELINOS

Alguns especialistas vão ainda mais longe e afirmam que o ronronar dos gatos pode curar graças às vibrações e sons graves que produz.

De acordo com um artigo publicado na revista Scientific American, os gatos ronronam com um padrão consistente de frequência entre 25 e 150 hertz. Cientistas demonstraram que os felinos produzem o ronronar através de movimentos intermitentes da laringe e dos músculos do diafragma, e concluíram que as frequências de som nesse intervalo podem melhorar a densidade óssea e promover a cura de células.

Os pesquisadores afirmam que, como o gato conserva energia através de longos períodos de descanso e sono, é possível que o ronronar seja um mecanismo que estimula músculos e ossos sem gastar muita energia. A resistência desses animais tem facilitado a noção de que possuem “sete vidas” e o ronrom pode fornecer uma base para essa mitologia felina.

Embora seja tentador afirmar que os felinos ronronam porque estão felizes, é mais plausível que o ronronar seja um meio de comunicação e uma fonte potencial de auto-cura. Esta descoberta pode fornecer ajuda para a medicina moderna, contribuindo para o tratamento de osteoporose e atrofia muscular.

Apesar das diversas pesquisas atuais, os dons do gato não eram segredo para os nossos ancestrais, principalmente para os antigos egípcios, que os tratavam como deuses. Eles eram adorados, sendo muitas vezes retratados em hieróglifos repletos de jóias. Além disso, naquela época matar um gato mesmo por acidente, era considerado um ato criminoso punível com a morte.

Os gatos podem não serem deuses, mas temos evidências suficientes com relação aos seus poderes de cura e podemos concluir que eles são verdadeiros terapeutas holísticos. Com estas novas descobertas, não existem dúvidas quanto à sua influência positiva na saúde dos seres humanos.

Fonte: Despertar Coletivo

sábado, 16 de maio de 2015

CONEXÃO ENTRE HUMANOS E CÃES É IGUAL A DE UMA MÃE COM O FILHO

O vínculo especial que existe entre o homem e seu melhor amigo, o cachorro, é construído em um processo hormonal ativado quando se olham, que funciona de maneira semelhante ao que se dá entre mãe e filho, apontou um estudo publicado pela revista "Science".

Uma equipe, liderada por Miho Nagasawa, da universidade japonesa Azabu, comprovou como o olhar entre o cachorro e seu dono dispara nos dois os níveis de ocitocina no cérebro, hormônio relacionado a padrões sexuais e a conduta paternal e maternal.

A ocitocina atua também como neurotransmissor no cérebro e tem um papel importante no reconhecimento e estabelecimento de vínculos sociais, assim como na formação de relações de confiança entre as pessoas.

Para realizar esta pesquisa, os cientistas puseram vários cachorros com seus donos em um quarto e documentaram cada interação entre eles durante 30 minutos. Depois, mediram os níveis de ocitocina tanto na urina dos cães como na de seus donos e descobriram que o contato visual constante entre eles elevou os níveis do hormônio nos cérebros de ambos.

OCITOCINA NO FOCINHO

Em um segundo experimento, os pesquisadores passaram ocitocina nos focinhos de alguns cachorros e os colocaram em um quarto com seus donos e alguns desconhecidos. Os animais responderam aumentando o tempo que olhavam para seus donos e, após meia hora os níveis de ocitocina cresceram nos donos dos cachorros tratados.

Como os lobos não tiveram esta mesma resposta, mesmo quando foram criados por humanos, os pesquisadores sugerem que este mecanismo de conexão entre o homem e o cachorro tenha surgido durante o processo de domesticação destes animais.


O mesmo mecanismo de conexão, baseado no aumento da ocitocina ao se olharem, que fortalece os laços emocionais entre mães e seus filhos, ajuda a regular também o vínculo entre os cachorros e seus donos, concluiu a pesquisa.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

EMOCIONE-SE COM O PÁLIDO PONTO AZUL, UMA DAS IMAGENS MAIS IMPORTANTES JÁ REGISTRADA

Em 1977 a NASA lançava o seu mais audacioso projeto espacial no que diz respeito ao lançamento de sondas (naves não tripuladas), foram colocadas em órbita as sondas Voyager 1 e 2.

com o objetivo inicial de estudar os planetas Júpiter e Saturno e suas respectivas luas. Posteriormente foi ampliado com a inclusão das primeiras explorações de Urano e Netuno e o estudo do espaço após a orbita de Plutão. Em 1990, com seus objetivos no sistema solar atingidos, iniciou-se um novo programa chamado Missão Interestelar Voyager. Em 2004 a Voyager 1 e em 2007 a Voyager 2 saíram da Heliosfera entrando em uma região conhecida como Heliosheath que é a fronteira do sistema solar com o espaço interestelar.

No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar. Uma das imagens que retornou da Voyager era a da Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.

Tal imagem é considerada uma das mais importantes da história da humanidade, e ela foi possível de vido a atuação do grande cientista Carl Sagan, um dos responsáveis pelo projeto. Diante da icônica imagem Sagan escreveu um comovente texto, narrado no vídeo abaixo pelo locutor Guilherme Biggs.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

TUDO O QUE VOCÊ SABE, NÃO SABE E DEVERIA SABER SOBRE A MACONHA

Se tem um assunto polêmico é aquele que gira em torno da maconha, uma planta herbácea considerada uma droga ilícita que pode causar dependência. Ela é utilizada à milênios , seja para a fabricação de objetos como corda ou papel, bem como entorpecente. Este post não tem a intenção de incentivar o seu uso, apenas iremos conhecer um pouco mais dessa planta presente na vida de muitas pessoas.

A PLANTA


Cannabis (aportuguesado como canabis ou canábis), também conhecida por vários nomes populares, refere-se a várias drogas psicoativas e medicamentos derivados de plantas do gênero Cannabis.

Ela é uma planta herbácea de clima quente e úmido. A maconha (Cannabis sativa) pertence à família Moraceae e pode atingir até 5 metros de altura. Possui folhas digitadas e flores pequenas, amarelas e sem perfume. É uma planta dioica que apresenta talos com flores femininas e talos com flores masculinas. O fato de a planta possuir talos com flores diferentes influencia na colheita, pois as flores masculinas endurecem mais rápido, morrendo após a floração, enquanto que as inflorescências femininas permanecem com uma cor verde-escura até um mês após a floração, quando as sementes amadurecem.

Quando não ocorre fecundação das flores femininas, elas excretam grandes quantidades de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. O fruto da maconha é amarelo-esverdeado, pequeno, ovalado e contém uma substância ácida que serve de alimento para algumas espécies de aves.  
Planta da Maconha
A forma herbácea da droga consiste de flores e folhas maduras que subtendem das plantas pistiladas femininas. A formar esinosa, conhecida como haxixe, consiste fundamentalmente de tricomas glandulares coletados do mesmo material vegetal. A cannabis é frequentemente consumida por seus efeitos psicoativos e fisiológicos que podem incluir bom humor, euforia, relaxamento e aumento do apetite. o principal constituinte psicoativo desse tipo de planta é o tetrahidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros canabinoides, como o canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e tetrahidrocanabivarin (THCV).

UM POUCO DE HISTÓRIA

A Cannabis é uma espécie nativa da Ásia Central e Meridional.Evidências da inalação de fumaça de cannabis são encontradas desde o terceiro milênio a.C., como indicado por sementes carbonizadas de cannabis encontradas em um braseiro usado em rituais em um antigo cemitério na atual Romênia. Em 2003, uma cesta de couro cheia de fragmentos de folhas e sementes de cannabis foi encontrada ao lado do corpo mumificado de um xamã de 2500-2800 anos de idade em Xinjiang, no noroeste da China.

A planta também é conhecida por ter sido usada pelos antigos hindus da Índia e do Nepal há milhares de anos. A cannabis também era conhecida pelos antigos assírios, que descobriram as suas propriedades psicoativas através dos povos arianos. A planta também foi introduzida pelos arianos aos povos citas, trácios e dácios, cujos xamãs (que eram conhecidos como kapnobatai, "aqueles que andam no fumo/nuvens") queimavam flores de cannabis para alcançar um estado de transe.

A deusa egípcia Seshat representada com uma folha de maconha sobre a cabeça.

Sementes de cânhamo descobertas por arqueólogos em Pazyryk (um conjunto de tumbas encontradas nas Montanhas Altai, na Sibéria) sugerem que práticas cerimoniais antigas, como comer sementes, foram usadas pelos citas e ocorreram durante os séculos quinto e segundo a.C., confirmando relatos históricos anteriores feitos por Heródoto. O escritor Chris Bennet afirma que a cannabis era usada como um sacramento religioso por judeus antigos e pelos primeiros cristãos, devido à semelhança entre a palavra hebraica "qannabbos" ("cannabis") e a frase hebraica "qené bosem" ("cana aromática"). A erva também foi usada por muçulmanos de várias ordens sufistas no período mameluco, como, por exemplo, os qalandars.

A CHEGADA NAS AMÉRICAS E NO BRASIL

O cultivo da planta foi difundido pelo Oriente Médio, Europa e outras regiões da Ásia. Na renascença, a maconha era um dos principais produtos da Europa; os livros de Johannes Gutemberg, o inventor da imprensa, eram feitos de papel de cânhamo.

A maconha foi levada para a África e para a América pelos europeus. Na América do Sul, as primeiras plantações da Cannabis sativa foram feitas no Chile, pelos espanhóis. No Brasil, a mesma foi trazida pelos escravos africanos.

De uma certa maneira, a história do Brasil está intimamente ligada à planta Cannabis sativa L., desde a chegada à nova terra das primeiras caravelas portuguesas em 1500. Não só as velas, mas também o cordame daquelas frágeis embarcações, eram feitas de fibra de cânhamo, como também é chamada a planta. A planta propriamente dita teria sido introduzida em nosso país, a partir de 1549, pelos negros escravos, como alude Pedro Corrêa, e as sementes de cânhamo eram trazidas em bonecas de pano, amarradas nas pontas das tangas.

Ilustração do transporte de maconha por escravos negros.

No século XVIII passou a ser preocupação da Coroa portuguesa o cultivo da maconha no Brasil. Mas ao contrário do que poderia se esperar, a Coroa procurava incentivar a cultura da Cannabis: "aos 4 de agosto de 1785 o Vice-Rei (...) enviava carta ao Capitão General e Governador da Capitania de São Paulo (...) recomendando o plantio de cânhamo por ser de interesse da Metrópole (...) remetia a porto de Santos (...) dezesseis sacas com 39 alqueires de sementes de maconha..."

Com o passar dos anos o uso não-médico da planta se disseminou entre os negros escravos, atingindo também os índios brasileiros, que passaram inclusive a cultivá-la para uso próprio. Pouco se cuidava então desse uso, dado estar mais restrito às camadas socioeconômicas menos favorecidas, não chamando a atenção da classe dominante branca. Exceção a isso talvez fosse a alegação de que a rainha Carlota Joaquina (esposa do Rei D. João VI), enquanto aqui vivia, teria o hábito de tomar um chá de maconha.

Na segunda metade do século XIX esse quadro começou a se modificar, pois ao Brasil chegaram as notícias dos efeitos hedonísticos da maconha, principalmente após a divulgação dos trabalhos do Prof. Jean Jacques Moreau, da Faculdade de Medicina da Tour, na França, e de vários escritores e poetas do mesmo país. Mas foi o uso medicinal da planta que teve maior penetração em nosso meio, aceito que foi pela classe médica.

EFEITOS DA MACONHA NO ORGANISMO

Embora do ponto de vista científico não esteja claro que a maconha  possa provocar dependência química, não existe consenso popular da existência ou não dessa dependência. Muitos defendem tratar-se de uma droga que não vicia e que a dependência é meramente psicológica. Outros asseguram que vicia sim e, por isso, deve ser mantida na ilegalidade.



Os efeitos do uso da maconha no organismo podem variar de acordo com as características do usuário, com seu estado de espírito, com o ambiente em que ocorre o consumo e também com as características da droga.

O fato é que a fumaça é aspirada, cai nos pulmões que a absorvem rapidamente. De seis a dez segundos depois, levados pela circulação, seus componentes chegam ao cérebro e agem sobre os mecanismos de transmissão do estímulo entre os neurônios, células básicas do sistema nervoso central. Os neurônios não se comunicam como os fios elétricos, encostados uns nos outros. Há um espaço livre entre eles, a sinapse, onde ocorrem a liberação e a captação de mediadores químicos. Essa transmissão de sinais regula a intensidade do estímulo nervoso: dor, prazer, angústia, tranquilidade.

As drogas chamadas de psicoativas interferem na liberação desses mediadores químicos, modulam a quantidade liberada ou fazem com que eles permaneçam mais tempo na conexão entre os neurônios. Isso gera uma série de mecanismos que modificam a forma de enxergar o mundo.

A maconha promove, de maneira geral, uma diminuição da atividade motora, fazendo com que a pessoa se movimente menos e possa chegar a um estado de sonolência. Porém, dependendo da dose de tetrahidrocanabinol (THC) a reação também pode ser oposta, levando a uma sensação de euforia e intensificação dos movimentos.

Principalmente em pessoas que usam a droga pela primeira vez, pode haver um aumento da frequência cardíaca. Não chega a ser um efeito que pode levar a um infarto, por exemplo, mas é um aumento muito evidente. A pessoa pode se sentir incomodada e ansiosa, e isso pode ser um risco no caso de indivíduos que tenham histórico pessoal ou familiar de transtorno de ansiedade ou pânico.


Assim como a maconha provoca a diminuição da atividade motora, também leva a uma diminuição da temperatura corporal, que configura um quadro de hipotermia. Ela pode ainda estimular o sistema digestivo e aumentar o apetite. Boca seca e olhos avermelhados também são alguns dos efeitos observados após o uso.

Quanto aos efeitos no humor do usuário, a droga tanto pode provocar relaxamento e calma quanto uma sensação de ansiedade e angústia. Novamente, isso depende das características do usuário e da substância. Maconha com maior concentração de THC tende a induzir reações de ansiedade com maior frequência, em comparação com a maconha com menor concentração de THC. Quando o usuário tem histórico médico de ansiedade, os riscos de a droga despertar emoções negativas são maiores.

O cigarro de maconha contém muitos dos componentes também presentes no cigarro de tabaco comum. Segundo algumas pesquisas, o uso intenso por longos períodos (mais de 10 anos) esteve associado a um declínio da capacidade pulmonar. Porém, o uso moderado, por até 7 anos, não causou grandes prejuízos aos pulmões, diferentemente do que foi constatado em fumantes comuns que, com a mesma frequência de uso, já apresentavam fortes efeitos adversos.

A maconha prejudica principalmente a memória de curto prazo e também a chamada memória de trabalho. São efeitos transitórios, principalmente durante o uso. Mas, se pensarmos que uma pessoa usa a droga todos os dias, vai estar o tempo todo sob esse efeito prejudicial e não vai reter informações. Depois de 28 dias sem usar a substância, as funções de memória e cognição voltam a ficar estabilizadas.

A MACONHA E A MEDICINA

O conhecimento a respeito da neurobiologia da maconha vem mudando dramaticamente na última década. Foram descobertos dois tipos de receptores (estruturas orgânicas que se ligam aos componentes químicos da maconha e permitem sua ação dentro das células), que receberam o nome de CB1 e CB2, estes se localizam principalmente no cérebro e nas células do sistema imune.


Dentro do cérebro, estes receptores estão concentrados no sistema límbico, no córtex cerebral, no sistema motor e no hipocampo. Essas localizações explicam, em parte, os sintomas provocados pela maconha, como as alterações do estado mental, as mudanças de humor e as alterações da coordenação motora.

Evidências de pesquisas em animais e em homens indicam que a maconha pode produzir um efeito analgésico importante. Porém, mais estudos devem ser feitos para estabelecer a magnitude e a duração deste efeito, nas diversas condições clínicas. Os pacientes que poderiam ser beneficiados com o uso dessa droga seriam aqueles em uso de quimioterapia, em pós-operatório, com trauma raquimedular (lesão da coluna vertebral com acometimento da medula), com neuropatia periférica, em fase pós-infarto cerebral, com AIDS, ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica.

Muitos oncologistas e pacientes defendem o uso da maconha, ou do THC (seu principal componente já estudado) como agente antiemético. Mas quando comparada com outros agentes, a maconha tem um efeito menor do que as drogas já existentes. Contudo, seus efeitos podem ser aumentados quando associados com outros antieméticos. Dessa maneira, o uso da cannabis na quimioterapia pode ser eficiente em pacientes com náuseas e vômitos não controlados com outros medicamentos.

Os estudos sobre os efeitos da maconha sugerem que esta droga pode ser importante no tratamento da desnutrição e da perda do apetite em pacientes com AIDS ou câncer. Mas outros medicamentos são mais efetivos do que a maconha, portanto, os autores recomendam pesquisas mais aprofundadas para avaliar a ação da maconha nesses pacientes.


Como já foi dito anteriormente, a maconha afeta o movimento, e estudos tem demonstrado que ela pode ajudar no controle do espasmo muscular (encontrado na esclerose múltipla ou no traumatismo raquimedular). Mas as pesquisas que avaliaram essa capacidade da maconha devem ser analisadas com cuidado, uma vez que, outros sintomas associados a estas doenças, como a ansiedade, podem aumentar os espasmos, e nesse caso, a maconha poderia ter sua ação diminuindo a ansiedade e não controlando o espasmo propriamente dito.

Estudos em animais demonstram que o uso da maconha pode estimular os movimentos em doses baixas e pode inibi-los em doses altas. Esta característica pode ser importante para o desenvolvimento de tratamentos para as desordens motoras na doença de Parkinson. Os autores acreditam que novos estudos devem ser feitos para avaliar a quantidade exata da droga que pode ser eficiente no tratamento dessa condição.

O principal objetivo do tratamento da epilepsia é impedir completamente as crises. Os estudos a esse respeito ainda estão se iniciando, e muitas vezes as crises não foram inibidas com o uso da maconha, portanto, os autores acreditam que pesquisas com pessoas ainda não devem ser indicadas.

EFEITOS ADVERSOS DO USO DA MACONHA

Os efeitos adversos da cannabis podem ser divididos em duas categorias: os efeitos do hábito de fumar crônico e os efeitos do THC. O fumo crônico da maconha provoca alterações das células do trato respiratório, e aumentam a incidência de câncer de pulmão entre os usuários. Os efeitos associados ao longo tempo de exposição ao THC são a dependência dos efeitos psicoativos e a síndrome de abstinência com a cessação do uso. Os sintomas da síndrome de abstinência incluem agitação, insônia, irritabilidade, náusea e cãibras.


Alguns autores sugerem que a maconha é uma porta de entrada para outras drogas ilícitas. Mas ainda não existem estudos científicos que comprovem essa hipótese. E outras drogas como o tabaco e o álcool, na verdade, são as primeiras drogas a serem usadas antes da maconha.

CRIMINALIZAÇÃO

Napoleão Bonaparte criou a primeira lei proibindo a Cannabis, Isso aconteceu quando o general francês conquistou o Egito em 1798. Napoleão alegava que, ao consumir o produto, os egípcios ficavam mais violentos. Três décadas depois, em 1830, o Brasil também se tornaria pioneiro no assunto, quando a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por meio do Código de Posturas Municipais, criou restrições ao comércio e ao consumo do “pito do pango”, expressão usada para definir a cannabis à época.

No início do século 20, vários países criaram leis proibindo o consumo e o comércio da cannabis, entre eles: África do Sul, Jamaica (na época colônia inglesa), Reino Unido, Nova Zelândia, Brasil e principalmente, os Estudos Unidos.

A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos. E algumas dessas razões são inconfessáveis. Tem a ver com o preconceito contra árabes, chineses, mexicanos e negros, usuários frequentes de maconha no começo do século XX. Deve muito aos interesses de indústrias poderosas dos anos 20, que vendiam tecidos sintéticos e papel e queriam se livrar de um concorrente, o cânhamo. Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a ideia do prazer sem merecimento – pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação.


Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era “coisa de negro”, fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos, meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca.

Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. A proibição do álcool foi o estopim para o ‘boom’ da maconha, Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar.

Mas nem tudo ia bem para os usuários, pois no sul do país corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo e ao crime. Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.

Diante desse cenário temos que levar em conta a figura de Anslinger, chefe da política antidrogas dos Estados Unidos. Ele era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo. Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira. Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo.

Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon, e por nenhum outro motivo.
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