Pesquisas recentes reforçam cada
vez mais o que os cientistas têm descoberto nos últimos anos: que os chimpanzés
são muito mais parecidos com os humanos do que se imaginava. Já se sabia que os
chimpanzés dividiam mais de 99% dos genes com os humanos. Mas seriam eles tão
próximos a ponto de ter algo que sempre pensamos ser uma exclusividade nossa, a
capacidade de transmitir conhecimento e até de conversar?
Em um experimento, foram apresentadas
a alguns chimpanzés duas formas de os macacos conseguirem tirar um doce de
dentro de uma caixa. Eles poderiam empurrar a abertura usando uma vara ou
levantar a alavanca. O que os primatologistas fizeram foi ensinar um chimpanzé
a empurrar e outro a levantar a alavanca.
O passo seguinte foi colocar cada
macaco com um grupo diferente de chimpanzés e ver o que acontecia. O resultado
intrigou os cientistas. Os chimpanzés ensinaram os outros a alcançar o doce.
Mas cada grupo aprendeu apenas um jeito de fazer isso. Assim, surgiram duas
culturas separadas. A daqueles que empurravam e dos que levantavam a alavanca.
Além de aprender um com o outro,
os chimpanzés são capazes de trabalhar em equipe? Os humanos fazem isso o tempo
todo, mas será que nossos parentes conseguem?
Em outro experimento, os
cientistas colocaram cordas para que os chimpanzés puxassem as bananas. Mas
elas estão afastadas demais para serem puxadas pelo mesmo macaco. E, se ele
puxar apenas uma das pontas, não vai conseguir as bananas.
Sozinho, nosso amigo vai ficar
com fome, a não ser que peça ajuda. O uso da lógica nesse caso é perfeito. Ele
olha o companheiro preso, avalia o problema e resolve soltar o outro chimpanzé
para ajudá-lo. O trabalho em equipe é um sucesso e tem banana para todo mundo.
INTELIGÊNCIA BONOBO
Mas os resultados mais
impressionantes são os obtidos pelos bonobos. Esses primatas são considerados
por alguns cientistas os animais mais inteligentes depois do homem. Para
espanto de Danny, eles são famosos por um outro comportamento bem humano. Os
bonobos acreditam que o sexo casual fortalece os laços dentro do bando. Vivem
como nos anos 60, na era do amor livre.
A primatologista Sue
Savage-Rumbaugh trabalha com os bonobos há 25 anos e conseguiu algo fantástico:
conversar com os bonobos com frases simples e cartelas com desenhos.
Sue pergunta se Panbanisha quer
cenouras ou quer brincar de massinha. Panbanisha aponta as cenouras. Quando
está com fome, Panbanisha até cozinha. Só precisa de ajuda. Ela coloca a panela
no fogão e acende o fogo enquanto a Sue conversa com ela.
“Você tem de tirar a embalagem de
dentro da panela. Puxe bem rápido para não se queimar”, diz a cientista.
“Talvez você possa usar uma faca. Você está vendo uma faca? Pegue a faca”,
sugere Sue. Panbanisha usa a faca para tirar a embalagem da panela e depois
evita que ela pegue fogo.
Mas não para por aí. Danny
encontrou uma prova única da inteligência desses animais. Usando um computador,
uma bonobo chamada Konzy une símbolos para formar frases e conversar com os
humanos.
A questão que a ciência procura
responder agora é: será que chimpanzés e bonobos podem aprender ainda mais?
Nossos primos mais próximos na natureza poderiam ficar mais humanos? Para a
doutora Sue não há dúvidas disso. O que se espera é que fiquem parecidos apenas
nas coisas boas.
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