Quando
eu ainda estava na faculdade eu me deparei com um assunto que despertou a minha
curiosidade, as crianças criadas por animais. Nas aulas de sociologia estudamos
o caso das meninas indianas Amala e Kamala, que viveram durante anos com lobos
em uma caverna. Este é o caso mais documentado, porém há muitos outros, como
estes que você pode conferir logo abaixo:
DINA SANICHAR, A VERSÃO REAL DE MOGLI, O MENINO LOBO DA ÍNDIA
Dina foi encontrado em 1867 aos 6 anos de idade na floresta
de Bulandshahr, na Índia, vivendo com uma família de lobos. No orfanato
ele nunca conseguiu se acostumar com as roupas, comia carne crua direto do chão
e nunca aprendeu a falar. Ele morreu em 1895.
DANIEL, O GAROTO QUE SE COMUNICAVA COM CABRAS NO PERÚ
Em 1990 um
garoto chamado Daniel, nome dado por estudiosos norte-americanos que analisaram
o seu caso, foi encontrado vivendo em meio a cabras nos Andes Peruanos. Uma vez
resgatado foi observado que o garoto caminhava usando quatro apoios e, por
isso, suas extremidades eram calejadas como se fossem cascos. Sem saber falar
uma palavra em qualquer dialeto, o garoto só se fazia entender entre as cabras.
Após ser levado para os Estados Unidos seu paradeiro se tornou desconhecido.
O GAROTO GAZELA DO DESERTO DA SÍRIA
Em 1946 um garoto foi encontrado pelo exército iraquiano no
deserto da Síria vivendo em meio a gazelas. Segundo o relatório dos militares
foi preciso um jipe para capturá-lo, pois o garoto chegou a correr a incríveis
50km/h. Após ser levado para Bagdá ele foi internado em uma instituição
psiquiátrica, e nunca mais se soube dele.
BELLO, O GAROTO CHIMPANZÉ DA NIGÉRIA
Na
floresta de Falgore, no norte da Nigéria, em 1996, foi encontrado um garoto de
aproximadamente 2 anos de idade vivendo com uma família de chimpanzés.
Acredita-se que o garoto, que recebeu o nome de Bello, tenha sido abandonado
pelos pais aos 6 meses de idade. Levado a um orfanato sua readaptação ao
convívio humano foi muito difícil, pois ele não se acostumou com as roupas,
passava o dia dormindo e a noite ele quebrava tudo em seu dormitório pulando de
um lado para o outro. Outra curiosidade é que ele caminhava como um chimpanzé,
arrastando os braços no chão, e emitindo sons idênticos aos dos animais que o
criaram. Ele morreu em 2005 antes de completar 10 anos de idade.
JOHN SSEBUNYA, O GAROTO MACACO DE UGANDA
Em
1991 uma mulher integrante da uma tribo de Uganda encontrou um garoto vivendo
com macacos. No momento do resgate os animais o defendeu, e com muita
dificuldade ele foi levado a um orfanato. Acredita-se que ele tenha fugido de
casa aos 3 anos de idade após presenciar o pai assassinar a mãe. No início da
sua ressocialização ele não sabia falar e nem chorar, porém ele aprendeu não
apenas a se comunicar, mas também a cantar, e tomou parte de um coral infantil
chamado Pearl of Africa.
TRAIAN CALDARAR, O GAROTO CÃO DA ROMÊNIA
Quando
Lina Caldarar fugiu de casa após a violência do marido e deixou seu filho para
trás, ele foi viver em um local habitado por cães, que segundo as pessoas que o
resgatou em 2002, aos 7 anos de idade, ajudaram o pequeno garoto a sobreviver.
Muito desnutrido, ele foi levado a um hospital, onde a médica que cuidou dele
disse que Traian tinha os movimentos parecidos com o de um cão, sendo que ele
só dormia embaixo da cama e ficava o tempo todo procurando comida para, depois
de comer, poder dormir.
ROCHOM P`NGIENG, A MULHER SELVAGEM DO CAMBOJA
Rochom
foi encontrada no ano de 2007, aos 29 anos de idade, depois de ter vivido 19
anos em companhia dos animais da selva cambojana. Ela foi encontrada na
província de Ratanakiri e reconhecida por seu pai por causa de uma cicatriz em
suas costas. O pai, um policial chamado Ksor Lu Long, diz que ela se perdeu na
floresta enquanto tocava um rebanho de búfalos com sua irmã de seis anos (que
também desapareceu, mas nunca foi encontrada). Em sua readaptação, notou-se que
ela só sabia falar "pai", "mãe" e "dor de
barriga". Rochom preferia rastejar a caminhar em posição ereta, quando
sentia fome ou sede apontava para a boca e tinha que ser vigiada o tempo todo
para não fugir de volta para a floresta. Em maio de 2010 ela conseguiu escapar
para a selva e nunca mais foi vista.
O GAROTO PÁSSARO DA RÚSSIA
Em 2008, em Volgogrado, na
Rússia, assistentes sociais encontraram um garoto de 7 anos de idade, vivendo
entre pássaros. A mãe da criança o criou dentro de um apartamento minúsculo,
cercado por gaiolas de pássaros e alpiste. Chamado de
"menino-pássaro", a criança era tratada como ave por sua mãe, que
jamais falava com ele. A mulher não agredia a criança e nem deixava com que ela
passasse fome, mas deixou para os pássaros a tarefa de ensinar a criança
a falar. De acordo com o jornal Pravda, o menino piava ao invés de falar e,
quando percebia que não estava sendo entendido, começava a abanar os braços do
mesmo modo que os pássaros batem as asas.
OXANA MALAYA, A GAROTA CADELA DA UCRÂNIA
Oxana
Malaya nasceu em 1983 e passou sua infância entre cães até ser resgatada em
1991. Na época, ela vivia dentro do canil da casa de seus pais, que,
alcoólatras, não davam a menor atenção a garota. Ela se enturmou tão bem com o
bando de cães que, na primeira vez que assistentes sociais foram resgatá-la, a
matilha não deixou ninguém chegar perto dela. Em uma segunda tentativa de
resgate, ao lhe oferecerem alimento, ela o cheirou e depois comeu, sempre
andando sobre os 4 membros e latindo. Agora,
aos 29 anos de idade, Oxana vive em uma clínica para pessoas com necessidades
especiais e toma conta das vacas do lugar. Mesmo assim, ela diz que era muito
mais feliz na época em que vivia com os cachorros.
AMALA E KAMALA, AS GAROTAS LOBO DA ÍNDIA
Sem
dúvida nenhuma este é o caso mais famoso e documentado, ocorrido em 1920 na
vila de Midnapore, na Índia. Resgatadas vivendo em meio a uma família de lobos,
as garotas foram levadas ao orfanato administrado pelo reverendo J.A.L. Singh.
Quando foram resgatadas Amala tinha cerca de 3 anos de idade, e veio a falecer
1 ano mais tarde, e Kamala tinha 8 anos, falecendo em 1929 aos 17 anos, sendo
que nunca se soube como as garotas foram viver com os animais. No orfanato as
garotas se comportavam como os lobos, comendo carne crua, caminhando sobre os 4
membros, sendo incapazes de permanecerem de pé, bebendo água exatamente como os
lobos, passando o dia deitadas em uma sombra e sendo ativas durante a noite.
Kamala precisou de seis anos para aprender a andar na posição ereta, e antes de
morrer possuía um vocabulário de cerca de 50 palavras. A única expressão de
emoção que foi observado foi um choro contido de Kamala quando Amala morreu. Há
quem diga que a história é uma farsa que tinha o intuito e arrecadar donativos
para o orfanato, porém vários estudos sobre a linguagem e o desenvolvimento
cognitivo usam o caso de Amala e Kamala para ilustrar vários pontos de vista.
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