segunda-feira, 18 de maio de 2015

COMO OS CHIMPANZÉS ENCARAM A MORTE?

De maneira muito parecida com nós humanos, é a conclusão a que chegou James Anderson, do grupo de comportamento e evolução do departamento de psicologia da Universidade de Stirling, na Escócia. Ele afirma que vários fenômenos têm sido considerados como separadores entre o homem e as outras espécies, como a capacidade de raciocinar, de falar ou de utilizar ferramentas, além da consciência de si mesmo, porém a ciência mostrou que essas divisões são na realidade mais relativas. A consciência da morte é um desses fenômenos psicológicos atribuídos durante muito tempo somente aos humanos.

Anderson coordenou uma pesquisa que descreve as últimas horas e a morte de uma fêmea com mais de 50 anos, que vivia com um pequeno grupo desses primatas no Parque de Safári Blair Drummond, na Escócia. Tudo foi filmado. Nos dias que precederam à morte da fêmea, o grupo esteve muito silencioso e com a atenção centrada nela, especialmente em seu rosto, ressalta Anderson. Pouco antes de sua morte, os companheiros faziam muitas carícias na veterana moribunda.

Segundo os pesquisadores, após afastar-se por um tempo, Rosie, a filha mais velha de Pansy, com 20 anos, voltou e ficou a noite toda ao lado do corpo. Nos dias antes de Pansy morrer, os outros até alteraram sua rotina de sono para ficar perto dela, dormindo no chão em um compartimento onde normalmente eles não dormem.


Em um segundo estudo, o grupo dos cientistas Dora Biro, da Universidade de Oxford, e Tetsuro Matsuzawa, da Universidade de Kyoto, testemunhou nas florestas de Bossou, na Guiné, um longo ritual funerário de duas mães chimpanzés, Jire e Vuavua, que velaram os cadáveres de dois filhotes por 68 dias.


Agora vejam o caso abaixo, esta cena extraordinária aconteceu na Sanaga-Yong Chimpanzé Rescue Center, em Camarões, na África Ocidental. Unidos no que parece ser um grave e profundo pesar, mais de uma dúzia de chimpanzés ficaram em silêncio quando o corpo de Dorothy, que estava com 40 anos, morreu de insuficiência cardíaca, seus companheiros macacos pareciam estar em uma grande tristeza. 


Outro caso surpreendente aconteceu numa reserva de chimpanzés na Zâmbia, que mostra o luto de uma mãe ao descobrir a morte de seu bebê. O caso registrado em maio de 2010 por cientistas do Instituto Max-Planck de Psicolinguística no Orfanato de Vida Selvagem de Chimfushi, mostra o comportamento de luto de uma fêmea à morte de seu filhote de 16 meses. Depois de carregar o corpo do bebê por um dia inteiro, ela o deixa no chão, e durante uma hora ela se alterna em se aproximar dele, tocando no pescoço e rosto, e se afastar, observando-o à distância. Depois ela carrega novamente o bebê o leva para um grupo de chimpanzés, e os acompanha enquanto eles investigam o corpo. No dia seguinte, ela não estava mais carregando o corpo do filhote.






Para a ciência a consciência de si mesmo e consequentemente da morte entre os chimpanzés demonstra que ainda há muito que se desvendar sobre os primatas, principalmente em relação aos grandes símios. 

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