De maneira muito parecida com nós
humanos, é a conclusão a que chegou James Anderson, do grupo de comportamento e evolução
do departamento de psicologia da Universidade de Stirling, na Escócia. Ele
afirma que vários fenômenos têm sido considerados como separadores entre o
homem e as outras espécies, como a capacidade de raciocinar, de falar ou de
utilizar ferramentas, além da consciência de si mesmo, porém a ciência mostrou
que essas divisões são na realidade mais relativas. A consciência da morte é um
desses fenômenos psicológicos atribuídos durante muito tempo somente aos
humanos.
Anderson coordenou uma pesquisa que
descreve as últimas horas e a morte de uma fêmea com mais de 50 anos, que vivia
com um pequeno grupo desses primatas no Parque de Safári Blair Drummond, na
Escócia. Tudo foi filmado. Nos dias que precederam à morte da fêmea, o grupo
esteve muito silencioso e com a atenção centrada nela, especialmente em seu
rosto, ressalta Anderson. Pouco antes de sua morte, os companheiros faziam
muitas carícias na veterana moribunda.
Segundo os pesquisadores, após
afastar-se por um tempo, Rosie, a filha mais velha de Pansy, com 20 anos,
voltou e ficou a noite toda ao lado do corpo. Nos dias antes de Pansy morrer,
os outros até alteraram sua rotina de sono para ficar perto dela, dormindo no
chão em um compartimento onde normalmente eles não dormem.
Em um segundo estudo, o
grupo dos cientistas Dora Biro, da Universidade de Oxford, e Tetsuro Matsuzawa,
da Universidade de Kyoto, testemunhou nas florestas de Bossou, na Guiné, um
longo ritual funerário de duas mães chimpanzés, Jire e Vuavua, que velaram os
cadáveres de dois filhotes por 68 dias.
Agora vejam o caso abaixo, esta cena extraordinária aconteceu na Sanaga-Yong Chimpanzé Rescue
Center, em Camarões, na África Ocidental. Unidos no que parece ser um grave e
profundo pesar, mais de uma dúzia de chimpanzés ficaram em silêncio quando o
corpo de Dorothy, que estava com
40 anos, morreu de insuficiência cardíaca, seus companheiros macacos pareciam estar
em uma grande tristeza.
Outro caso surpreendente
aconteceu numa reserva de chimpanzés na Zâmbia, que mostra o luto de uma mãe ao descobrir
a morte de seu bebê. O caso registrado
em maio de 2010 por cientistas do Instituto Max-Planck de Psicolinguística no
Orfanato de Vida Selvagem de Chimfushi, mostra o comportamento de luto de uma
fêmea à morte de seu filhote de 16 meses. Depois de carregar o corpo do bebê
por um dia inteiro, ela o deixa no chão, e durante uma hora ela se alterna em
se aproximar dele, tocando no pescoço e rosto, e se afastar, observando-o à
distância. Depois ela carrega novamente o bebê o leva para um grupo de
chimpanzés, e os acompanha enquanto eles investigam o corpo. No dia seguinte,
ela não estava mais carregando o corpo do filhote.
Para a ciência a
consciência de si mesmo e consequentemente da morte entre os chimpanzés
demonstra que ainda há muito que se desvendar sobre os primatas, principalmente
em relação aos grandes símios.
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