No
começo do século XX a ciência começou a desbravar as pirâmides do Egito, assim
como suas câmaras mortuárias. Os primeiros homens a entrar em tais construções ficaram
maravilhados com tanta riqueza e beleza, mas depois de alguns meses,
misteriosamente, eles adoeciam e morriam, sem que os médicos pudessem encontrar
o motivo. Nessa época havia lendas entre o povo do Egito que diziam que aqueles
que perturbassem o sono dos faraós seriam atingidos por uma terrível maldição.
O
caso mais famoso envolve a expedição comandada pelo arqueólogo Dr. Howard
Carter, que no ano de 1922 profanou a tumba do faraó Tutankhamon, rei egípcio
da décima oitava dinastia, morto há mais de 3.000 anos, e seu patrocinador, o
Duque de Carnvon Edward Herbert.
Dr. Howard Carter e Duque de Carnvon Edward Herbert. |
Carnvon
Edward Herbert estava presente quando a tumba do jovem faraó foi descoberta,
ele entrou na câmara mortuária junto com Howard Carter. Cinco meses depois,
Carnvon Edward Herbert morreu em um hospital no Cairo de uma misteriosa doença.
Nenhum médico conseguiu diagnosticá-la.
O
interessante é que quando Lord Carnavon entrara cheio de euforia no túmulo de
Tutankhamon, o inspetor geral de antiguidades do Governo egípcio, Arthur Weigall,
disse: “Se penetrar no túmulo com tamanha irreverência, não lhe dou mais
de seis meses de vida". Dizia isso, convicto à crença existente em
todo o Egito de que "o Faraó virá chamar aquele que violar seu
túmulo".
Esse
não é o único caso envolvendo a maldição de Tutankhamon nessa expedição. Outro
que penetrou em sua tumba foi o Dr. Evellyne White, ele foi um dos primeiros em
penetrar na câmara mortuária. Saindo do Vale dos Reis, sentiu-se sempre fraco e
psiquicamente muito deprimido. "Sucumbi a uma maldição que me forçou
a desaparecer.", dizia na carta de despedida, encontrada junto ao seu
cadáver. Ele enforcou-se.
Momento da abertura da tumba de Tutankhamon pelo Dr. Howard e pelo Duque Carnvon. |
Frederick
Raleigh fora mandado de Londres para descobrir, antes que o sarcófago fosse
aberto, se o corpo de Tutankhamon estava realmente dentro. Dizem que ele foi o
primeiro em "penetrar" e perturbar o "descanso" do jovem
Faraó. Raleigh teve de ser retirado da sala funerária, sentindo-se mal. Logo
desmaiou e não recuperou mais os sentidos: Estava morto.
Outra morte foi de
Archibald Reed, arqueólogo do Governo egípcio, que iria radiografar os restos
mortais de Tutankhamon. No segundo dia de trabalho, sentiu-se mal e
morreu.
Pouco
depois da descoberta do túmulo, chegava ao Vale dos Reis, o Prof. La Fleur,
amigo íntimo de Carter. Ele só pode assistir aos trabalhos durante algumas
semanas. Morreu vítima de uma "doença desconhecida".
Ao
todo foram 17 cientistas que após estarem no Vale dos Reis e realizar estudos
na tumba de Tutankhamon morreram de maneira desconhecida.
Dr. Howard examinado a múmia de Tutankhamon. |
EXPLICAÇÃO
CIENTÍFICA
Quem desvendou o
mistério foi o médico Geoffrey Dean, que após vários estudos descobriu que a
maldição nada mais era do que uma doença chamada histoplasmose, que é causada
por um fungo que se desenvolve no esterco ressecado dos morcegos.
O
estudo começou porque chamou à atenção dos pesquisadores médicos a semelhança
dos sintomas apresentados pelas vítimas da "maldição do Faraó" e os
apresentados pelas vítimas das "cavernas enfeitiçadas" de Urugwe, na
Rodésia, assim como em outras cavernas, inclusive na América Central.
Verificou-se que
desde o início das escavações, o acesso ao corredor, antecâmara e anexo, câmara
e tesouro de Tutankhamon estivera simplesmente vedado com uma porta de barras
de ferro, o que permitia a entrada de inúmeros morcegos do deserto.
Essa doença pode se
manifestar de duas maneiras, uma forma mais branda, onde o acometido irá
desenvolver alguns sintomas, mas irá adquirir imunidade contra ela, e a forma
mais grave, que pode matar em alguns meses.
Alguns
cientistas que entraram da tumba de Tutankhamon não desenvolveram a doença,
devido à imunidade adquirida em escavações onde a quantidade do fungo era
pequena, enquanto aqueles que nunca haviam tido contato com o fundo
desenvolveram a forma fatal da doença.
Imagem de como seria Tutankhamon |
NOTA – Tatankhamon, o Menino Rei, (m. 1 327 ou 1 323 a.C.),
ascendeu ao trono aos nove anos de idade, sucedendo no cargo a Semencaré, rei
sobre o qual se sabe muito pouco. O que torna o rei Tatankhamon especial é que sua tumba foi descoberta praticamente intacta. Quando
em 1922, o Dr. Howard encontrou a tumba todos ficaram espantados, pois em
nenhuma tumba no Vale dos Reis havia tantas riquezas, trabalhos artísticos,
móveis, carros de guerra, estátuas, jóias, etc. Isso se deve pelo fato de a
tumba não ter sido saqueada na antiguidade, sendo Tutankhamon por isso o Faraó
mais conhecido.
Em
relação a sua morte, desde o ano de 1925, quando foi realizada uma autópsia na
múmia por Douglas Derry, várias teorias são levabtadas. Dessa autópsia foi
considerada na época a hipótese de uma morte natural, talvez por tuberculose.
Em
1968 uma equipe da Universidade de Liverpool liderada por R.G Harrison obteve
autorização para realizar raios-x à múmia. Uma ferida perto da orelha esquerda
do faraó, que penetrou no crânio, produzindo uma hemorragia, foi apontada como
causa da morte. Esta ferida poderia ter sido causada por um golpe ou um
acidente. Alguns investigadores avançaram com a hipótese de assassinato que
teria tido como autores Ay e Horemheb, seus conselheiros.
Em
janeiro de 2005 a múmia foi alvo de um exame no qual se recorreu à tomografia
computadorizada (TC). Este exame, que teve uma duração de quinze minutos, gerou
1700 imagens. Foi descartada a hipótese de morte por assassinato.
Em
Novembro de 2006 o médico Ashraf Selim, com base em novas e sofisticadas
análises, apresentou novas evidências que sustentam esta teoria. Quanto ao osso
encontrado no crânio julga-se que foi provocado por um erro durante o processo
de embalsamento do corpo.
Em
maio de 2005, egípcios, franceses e americanos reconstituíram a face do jovem
Rei a partir de imagens de tomografia computadorizada. Eles constataram que ele
tinha a parte posterior do crânio estranhamente alongada e o queixo retraído.
Conforme
notícias divulgadas pela Agencia France-Presse em 16 de fevereiro de 2010,
Tutancâmon teria morrido, na verdade, devido à malária combinada com uma infecção
óssea, segundo o estudo divulgado. Para outro autor o faraó teria passado por
severo episódio de malária antes de assumir o trono, mas teria morrido
assassinado por Aye com um golpe na porção posterior do crânio.
De
acordo com estudos recentes desenvolvidos em 2013, o faraó foi supostamente
morto por ter sido atropelado por uma carruagem.
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