Vamos falar de uma doença que atinge as serpentes constritoras, aquelas
que matam sua presa por asfixia, como as sucuris e as jibóias. Essa doença se
chama Doença do Corpúsculo de Inclusão Viral, que afeta serpentes em
cativeiro.
Uma vez infectadas as serpentes adotam um comportamento totalmente
distinto do habitual, como ficar encarando o vazio, se locomoverem como se
estivessem “embriagadas” e até mesmo dar “nós” no próprio corpo. Tal
comportamento gera deficiência respiratória e uma vez dados os “nós” a serpente
não consegue de livrar deles vindo a morrer.
Há algumas décadas a doença é conhecida mas a causa se mantinha um
mistério, apenas havia a suspeita de que tal doença era causada por um vírus.
Agora cientistas da Universidade da Califórnia conseguiram identificar o
causador do mal, um vírus da família dos arenavírus, que foi descoberto através
de técnicas de sequenciamento de DNA.
Os pesquisadores extraíram DNA da pele de serpentes afetadas pela doença
e usaram técnicas de sequenciamento do genoma dos animais. Em praticamente
todo o DNA dos exemplares de serpentes havia sequências que combinavam com o
arenavírus. A partir deste achado os cientistas puderam isolar o vírus usando
pele de cobra manipulada em laboratório.
A descoberta está sendo tratada como um dos acontecimentos mais
excitantes no mundo da virologia em muitos anos. Esse membro da família do
arenavírus é totalmente novo, os que já eram conhecidos só se instalam no
organismo de mamíferos como no homem, onde ele é responsável pela febre
hemorrágica, que causa quadros de febre associado à hemorragia.
Com a descoberta os cientistas esperam conseguir criar alguma vacina ou
outro tratamento que possa sanar o mal.
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